Em 2020, produzimos 5,01 milhões de toneladas de resíduos urbanos em Portugal continental. Isto significa que cada habitante produziu, diariamente, 1,40 kg de resíduos. Um aumento total de 0,1 por cento em comparação com 2019.

Esta é uma conclusão da última edição do Relatório de Estado do Ambiente, publicado esta sexta-feira, 17 de Dezembro, pelo Ministério do Ambiente e da Acção Climática. 

Em 2020, devido à pandemia de Covid-19, foram feitas recomendações de encaminhamento de resíduos indiferenciados para incineração ou aterro e o encerramento do tratamento mecânico de resíduos indiferenciados, o que ajuda a explicar que a taxa de preparação para reutilização e reciclagem tenha sido apenas de 38%, menos que os 41% registados em 2019. Os valores ficam aquém da meta de 50% prevista no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020).  

Pelo mesmo motivo a deposição de resíduos urbanos biodegradáveis em aterro aumentou para 53%. Em 2019 esse valor foi de 45%. 

No que diz respeito à reciclagem de fluxos específicos de resíduos (embalagens e resíduos de embalagens, óleos lubrificantes usados, pneus usados, resíduos de equipamentos eléctrico, resíduos de pilhas, veículos em fim de vida e resíduos de construção e demolição), as taxas de reciclagem obtidas em 2019 permitiram o cumprimento das metas globais definidas na legislação, excepto para os veículos em fim de vida, que ficaram 1% abaixo da meta de 85%. No caso dos pneus usados a taxa alcançada, de 62%, ficou ligeiramente abaixo da meta de 65%. 

As embalagens alcançaram uma taxa de reciclagem de 63% e uma taxa de valorização de 72%. Apenas o vidro, com uma taxa de 56%, e o metal, com 46%, não alcançaram, em 2019, as metas de 60 e 50%, respectivamente. Já as embalagens de papel e cartão, com 71%, o plástico, com 36%, e a madeira, com 91%, ultrapassaram as metas definidas, de 60, 22 e 15%. 

O relatório é baseado numa metodologia difundida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE, sendo publicado há já 33 anos.  

A edição de 2020-21 contém 46 fichas temáticas de indicadores, cuja análise detalhada está disponível no Portal do Estado do Ambiente. As fichas estão organizadas em oito domínios ambientais: Economia e Ambiente; Energia e Clima; Transportes; Ar; Água; Solo e Biodiversidade; Resíduos; Riscos Ambientais.