O interior do camião de recolha tem vários compartimentos para onde os resíduos vão, separados. Existe apenas um camião para optimizar a recolha, mas depois este camião deposita os resíduos nos centros de triagem em áreas de tratamento distintas, consoante os materiais transportados. É importante que seja feita a separação dos resíduos e colocados nos ecopontos adequados, de forma a evitar a contaminação entre materiais.

Nos centros de tratamento os resíduos sofrem, efectivamente, um processo mais detalhado de separação de acordo com os materiais de que são compostos. No entanto, misturar todos os resíduos contamina e inviabiliza a reciclagem de muitos materiais e a separação detalhada não se aplica ao lixo comum porque os sistemas de triagem não são robustos o suficiente para conseguir fazer a separação.

Os equipamentos eléctricos e respectivos componentes, como carregadores e baterias, não podem ser colocados em nenhum dos três ecopontos. A única forma de encaminhar estes materiais para correcto desmantelamento e valorização é colocando-os no Ponto Electrão.

As embalagens não precisam de ser lavadas antes de irem para o ecoponto porque já são alvo desse processo na indústria transformadora. Só é preciso escorrer e espalmar as embalagens para poupar espaço nos contentores, diminuir as deslocações e o impacto ambiental associado ao processo de transporte dos resíduos.

Muitos produtos plásticos e metálicos não devem ser colocados no ecoponto amarelo devido à complexidade de materiais que os compõem. Alguns exemplos são: CDs e DVDs, giletes, escovas de dentes, esponjas de lavar a loiça, talheres de plástico, panelas, fita-cola, luvas de borracha e baldes de plástico.

Não se deve colocar no papelão papel molhado ou que tenha tido contacto com alimentos orgânicos ou gordurosos, como caixas de pizza, pratos e copos de papel, guardanapos usados, lenços sujos, toalhitas ou fraldas. A contaminação do papel pode inviabilizar o processo de reciclagem.

Os copos normalmente são feitos de vidro temperado e não podem ir para o vidrão. O vidro temperado é alvo de processos de transformação durante a sua produção, o que o torna um material difícil de reciclar e que pode contaminar e inviabilizar a reciclagem de outros vidros. Alguns dos materiais que não podem ser reciclados são os espelhos, o pirex e as cerâmicas.

Quando se iniciou o processo de reciclagem, a tecnologia era mais limitada, no entanto, actualmente, já é possível reciclar objectos feitos com mais do que um tipo de material, dependendo da sua complexidade. Sempre que possível devemos continuar a tentar separar os materiais, por exemplo o plástico do cartão, mas quando a separação manual não é possível, deverá considerar-se o resíduo principal e colocar-se no local adequado ao mesmo. Exemplos são pacotes de leite, embalagens de sumo ou brinquedos.

Existem associações e câmaras municipais que fazem a recolha de materiais volumosos a custo zero e que depois os encaminham para reciclagem ou reutilização. Antes de colocar móveis, colchões e eletrodomésticos usados na rua, peça a recolha à porta de sua casa.

O vidro, o alumínio e muitos outros metais podem ser reciclados indefinidamente sem perder propriedades. O plástico pode ser reciclado pelo menos duas vezes, dependendo dos usos e, mesmo o papel, tem potencial para ser reciclado mais do que uma vez. Vale sempre a pena separar os resíduos.

Supostamente o custo de produção de produtos reciclados é inferior ao custo de produção de outro tipo de produtos. Quando as alternativas recicladas têm um preço superior, geralmente, este está relacionado com a escala de produção. As empresas que produzem estes artigos são empresas locais de pequena dimensão e com uma estrutura de distribuição que exige outro tipo de custos.

Para recolher e tratar os resíduos que cada português produz são necessários 755 milhões de euros por ano (mais de 75 euros por pessoa). As taxas suportam o custo de transporte, recolha, infraestrutura, processos de tratamento e salários da indústria. Quanto menos portugueses reciclarem, maior é o valor que se paga.

Existem mais de 41 000 ecopontos e 3540 Pontos Electrão espalhados por Portugal, com uma cobertura de 100% do território. Na realidade, existe, em média, um ecoponto por cada 250 habitantes.

O sistema de gestão de resíduos e embalagens emprega cerca de 2400 pessoas. Separar os diferentes resíduos contribui para a criação de emprego e manutenção destes postos de trabalho, que vão desde os condutores dos camiões de recolha às equipas de tratamento dos resíduos.

No mercado podem ser encontradas soluções verdadeiramente inovadoras para colocar os ecopontos de separação de resíduos em casa, até nos espaços mais pequenos, há sempre espaço para o ambiente. Consulte o link para algumas ideias de como reciclar em casas pequenas.