O dia 20 de Novembro de 2021 vai ficar para a história como a data em que Portugal deixou de produzir eletricidade a partir do carvão.
A Central Termoeléctrica do Pego, em Abrantes, fechou portas após esgotar o stock, apesar de ter licença para funcionar até 30 de Novembro.
O encerramento da central chegou a estar previsto para 2030, mas o elevado preço das licenças de emissões, que tem que pagar uma central deste tipo, antecipou este desfecho.
A Central Termoelétrica do Pego foi durante muitos anos a segunda maior responsável pelas emissões de dióxido de carbono em Portugal a seguir à Central Termoelétrica de Sines, que fechou portas em Janeiro deste ano.
Entre 2008 e 2019 a Centro do Pego representou, em média, anualmente, 4 por cento das emissões totais nacionais de gases com efeito de estufa, o equivalente a 4,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
Portugal abandona assim de vez um dos recursos mais poluentes usados na produção de electricidade e que contribuem para as alterações climáticas.
O fim do uso carvão na produção de eletricidade é um fundamental para o processo de descarbonização com vista à neutralidade carbónica que Portugal quer atingir em 2050.
Por clarificar está ainda a situação dos 150 trabalhadores que trabalhavam nesta unidade, mas as autoridades governamentais já anunciaram publicamente o apoio a esta causa, que pode contar com o financiamento comunitário do Fundo para uma Transição Justa, criado exatamente com este objectivo.